segunda-feira, 31 de março de 2014

Artigo : Um pouco mais sobre Alex Atala

Boa tarde pessoal!



Como eu havia comentado, irei a cada semana falar um pouquinho sobre os maiores chef's de cozinha do mundo, e é claro que eu não poderia deixar faltar um dos melhores chef's brasileiros: Alex Atala, então, vou falar um pouquinho pra vocês sobre ele: 

       Milad Alexandre "Alex" Mack Atala é um chef de cozinha e restaurateur brasileiro. Eleito chef do ano pelo Guia Quatro Rodas em 2006, o seu restaurante, D.O.M., foi considerado 6º melhor restaurante do mundo e o melhor da América do Sul, lista World’s 50 Best Restaurants de 2013.

       Filho de Milad Atala, Alex nasceu em uma família de classe média de origem palestina, no bairro da Mooca, e foi criado em São Bernardo do Campo. Dotado de um temperamento "determinado, teimoso até", como definiu o seu pai, ele aderiu ao estilo punk rock e, com quatorze anos, deixou a casa dos pais e foi para São Paulo, onde trabalhou como DJ no lendário clube Rose Bom Bom.

      Aos dezoito anos, viajou para a Europa como mochileiro e trabalhou pintando paredes na Bélgica. Por sugestão de um amigo, fez um curso profissionalizante de gastronomia e, em seguida, trabalhou em restaurantes na Bélgica, na França e na Itália, aperfeiçoando seus conhecimentos da arte culinária. Assim, aprendeu inglês, francês e italiano.

      De volta a São Paulo, trabalhou no restaurante Sushi Pasta, porém o sucesso veio quando foi chamado para renovar o cardápio do extinto restaurante Filomena. Por esse trabalho foi eleito o Melhor Jovem Chef pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Diferenciados. Lá criou uma entrada de alho assado e outros grandes pratos, como manga grelhada com pimenta branca e molho de maracujá. Atala também trabalhou no restaurante 72, antes de inaugurar o Namesa, em 1999, restaurante que ainda serve comidas rápidas na região dos Jardins.

     Poucos meses depois, ele e mais dois sócios abriram o restaurante D.O.M. (acrônimo da locução latina Deo Optimo Maximo).
O D.O.M. tornou-se um sucesso de público e crítica, recebendo diversos prêmios:

-Em 1999, Atala foi eleito Chefe Revelação e o D.O.M., o Melhor Restaurante, pela revista Gula, especializada em gastronomia;

-Em 2000, Atala foi o Melhor Chefe, e o D.O.M., o Melhor Restaurante Contemporâneo, novamente segundo a Gula. O D.O.M. foi também o Melhor Restaurante Contemporâneo, segundo a revista Veja.

-Em 2002, Atala foi novamente considerado o Melhor Chefe, segundo a Veja, e seu restaurante foi mais uma vez escolhido o Melhor Restaurante Contemporâneo, tanto pela Veja como pela Gula.

-Em 2006, o D.O.M. recebeu a classificação máxima (3 estrelas) do Guia Quatro Rodas, além de ser eleito o Chef do Ano pelo mesmo guia e pela revista Veja São Paulo.

-Em 2007, o D.O.M. figurou em 40º lugar na lista dos melhores restaurantes do mundo (San Pellegrino World’s 50 Best Restaurants) e foi incluído no guia organizado pela revista londrina Restaurant.

-Em 2009, o D.O.M. passou à 24ª posição na lista

-Em 2010, passou à 18ª posição, em 2011, passou à 7ª posição.

-Em 2012, chegou à 4ª posição.

Alex é um defensor da culinária regional, como expressa em seu livro Por uma Gastronomia Brasileira, e coloca a culinária amazônica, especificamente a paraense, como base de alguns de seus melhores pratos. Abre o restaurante Dalva e Dito em 2009, mesclando culinária regional com sua técnica impecável.

      Cada vez mais, dizer Atala era dizer Amazónia. O que é que o chef procurou na Amazônia? Uma cozinha brasileira original, pura, indígena? Os ingredientes que representam o Brasil antes da colonização pelos portugueses? Uma Amazónia idealizada?

"Uma das palavras mais conhecidas do mundo é Coca-Cola. O mundo inteiro conhece a garrafa, o mundo inteiro tem a memória de um sabor. Palavra tão conhecida como essa é Amazónia. O mundo inteiro tem uma imagem, ninguém conhece o sabor. Eu tinha um elemento internacional para trabalhar e usei. O Brasil, mais uma vez, pegou e olhou só lá de fora, e depois trouxe aqui para dentro. “Foi o Brasil que se esqueceu de falar do próprio Brasil.

 Historicamente, a cozinha é evolutiva, nunca de maneira ordenada, mas sempre evolutiva.


“A gastronomia nunca descartou nenhuma das fases por que passou, nem de Carême [França, 1783-1833], nem de Escoffier [França, 1846-1935], nem de Point [França, 1897-1955], nem de Bocuse [França, 1926], nem de toda a nouvelle cuisine, e seguirá não descartando nada nem ninguém. Pelo contrário, nós vivemos hoje em um momento mundial onde a gastronomia é cada vez mais generosa, menos competitiva e mais aberta a receber informações da tecnologia ou da antropologia, das ciências exatas e das ciências humanas, e isso faz com que a gente viva uma cozinha de paz, de alegria, de sublimação, de prazer...”


Para quem quiser ver a entrevista que Alex deu à revista Prazeres da mesa segue o link aqui:

segunda-feira, 24 de março de 2014

Curiosidades: Pesos e medidas na cozinha

Olá pessoal, boa tarde! 

Hoje vou falar de um assunto que gera muitas discussões dentro de uma cozinha: Os pesos e as medidas!

       Quantas vezes você já se deparou com uma receita e, na hora de "colocar a mão na massa", viu que não tinha como medir 150 gramas de farinha de trigo ou 15 ml de azeite? As Receitas que possuem medidas expressas em colheres, xícaras ou copos são profissionais ou são medidas caseiras?
A falta de padronização de utensílios em nosso país é evidente, veja:

Colheres de sopa de 10 e 14 ml
Colher de servir de 25 a 30 ml
Colher de chá de 2 a 4 ml
Colher de café de 1,5 a 2 ml
Xícaras médias de 130 a 150 ml
Copos de 160 a 200 ml

A associação Americana de padrões determina que:

Colher de sopa 14,79 ml com tolerância de 0,73 ml.
Colher de chá 4,93 ml com tolerância de 0,24 ml.
Xícara média 236,6 ml com tolerância de 11,8 ml.
1 colher (chá) - 5ml -  5g
1 colher (sopa) - 15ml - 10-15g
1 xícara - 245ml - 16 colheres (sopa)
3 colher.(chá) -1 colher (sopa)

Líquidos (leite, água, óleo, bebidas alcoólicas, café, etc.):

1 xícara = 240 ml
1/2 xícara = 120 ml
1/3 xícara = 80 ml
1/4 de xícara = 60 ml
1 colher (sopa) = 15 ml
1 colher (chá) = 5 ml


Equivalências de medidas:

1 Litro =4 copos americanos 1000 ml
1 Xícara =16 colheres (sopa) 240 ml
1 Colher (sopa)=3 colheres (chá) 15 ml
1 Colher (chá)=1/3 colher (sopa) 5 ml


Colher de sopa (C) e colher de chá (c):


  Ingredientes secos: medida rasada
  Ingredientes viscosos (mel) : derramar sobre a colher para evitar que nas costas da mesma, fique aderido ingrediente.
Xícara (xic):

Alimentos secos (farinhas, féculas, açúcar, chocolate, etc.). Colocar as colheradas na xícara, sem bater, para conseguir o nivelamento, sob pena de alterar o peso.

Grãos e cereais:

Mergulhar a xícara no ingrediente e bater para ter o nivelamento.

Alimentos úmidos (açúcar mascavo):

Pressionar o ingrediente na xícara para retirar o ar.

Medidas diversas & Temperaturas:

1 onça (oz) = 28,35 g
1 libra (lb) (pound) =16 oz = 454 g
1 pint = 480 ml
1 quart = 946 ml

Conversão graus:

Para converter Fahrenheit em centígrado: Subtraia 32, e em seguida multiplique por 5/9 (ou por 0,56).
Celsius = Fahrenheit - 32 x 0,56
Para converter centígrado em Fahrenheit: Multiplique por 9/5 (ou 1,8) e em seguida some 32.
Fahrenheit = Celsius x 1,8 + 32


Artigo: Entrevista de Alain Ducasse

Olá pessoal, boa tarde!

    Sei que muitas pessoas ainda não conhecem a grande maioria dos grandes Chef's de cozinha ao redor do mundo, então estou propondo falar um pouco sobre eles para que possam entender quem foram, o que fizeram para contribuir para o mundo da Gastronomia e porque são tão famosos. 

    Esta semana irei falar sobre o grande Alain Ducasse!
Retirei de uma revista Veja uma reportagem que achei muito interessante sobre ele.


Há vários hotéis cinco-estrelas e restaurantes três-estrelas, mas apenas um cozinheiro possui catorze-estrelas. Ele se chama Alain Ducasse. Aos 51 anos, esse francês que cresceu numa fazenda entre galinhas, patos e gansos comanda um império gastronômico mundial. São 21 restaurantes em oito países, onde trabalham 1.400 pessoas

Antes de iniciar uma volta ao mundo para visitar seus domínios, Alain Ducasse conversou com VEJA em seu restaurante do Hotel Plaza Athénée, em Paris.

Veja – Nos últimos 100 anos, a alimentação humana sofreu mudanças dramáticas. Qual é sua percepção do resultado? 

Ducasse – No que diz respeito à gastronomia, passamos de uma cozinha que impunha seus pratos para uma que faz propostas aos consumidores. Além disso, a excelência e a qualidade estão cada vez mais presentes. Nunca se louvou tanto a boa preparação dos alimentos. Pode-se comer melhor hoje em casa ou na rua do que no passado. A tendência geral aponta para uma alimentação mais saudável, leve, equilibrada, rápida e barata. Nunca como agora os bons hábitos alimentares e os malefícios para a saúde de uma alimentação inadequada foram tão amplamente difundidos. A comida tornou-se um elemento fundamental da economia mundial. Há um acesso maior a uma imensa variedade de produtos e, conseqüentemente, ampliou-se a possibilidade de combiná-los – inclusive pelos avanços da tecnologia culinária.  

Veja – O prazer à mesa deriva apenas da preparação e do sabor dos alimentos? 

Ducasse – Não. Para nós, latinos, principalmente, comer é uma oportunidade de convívio. A refeição ocupa um lugar central em nossa cultura. O prazer tem relação com quem compartilhamos a comida. Trata-se de um ato de troca e comunicação. Em família, com amigos ou entre um casal, a predisposição para aproveitar o sabor é maior. Como resultado das minhas viagens aos Estados Unidos, criei na França o restaurante La Boulangerie, onde as pessoas comiam sozinhas, em frente ao espelho. Não funcionou. Tivemos de mudar. Colocamos, então, grandes mesas coletivas, como nos tempos dos albergues do século XVI, onde as pessoas se sentavam segundo a ordem de chegada das diligências e comiam umas em frente às outras. O restaurante tornou-se um sucesso. Em outras culturas, comer significa apenas se nutrir. Nós até podemos chegar lá, mas a meu ver não será uma boa evolução.  


Veja – Qual é a receita do restaurante ideal? 

Ducasse – O restaurante é, evidentemente, um lugar para comer. Mas, ainda que a comida seja o principal, o ambiente é de fundamental importância para compor a harmonia gastronômica. O restaurante Le Louis XV, no Hôtel de Paris de Mônaco, mobiliza em torno de um só cliente cinqüenta objetos de serviço, entre pratos, copos, talheres etc. Quarenta pessoas estão a serviço do freguês. Ele reina. Tudo isso para lembrar que se está ali, em primeiro lugar, por causa do prazer proporcionado pelo restaurante. Chamo isso de "sentimento" do lugar. Todo restaurante, do mais simples ao mais sofisticado, enfrenta a mesma problemática: encontrar o "sentimento". A clientela, por sua vez, deve se sentir, ao mesmo tempo, atriz e espectadora desse espaço.


Veja – Qual é sua conduta para abrir um restaurante em um lugar desconhecido? 

Ducasse – Procuro saber primeiro o que as pessoas comem no cotidiano, quais são suas preferências. Visito, ainda, as feiras livres e os mercados, para observar a riqueza e a variedade dos produtos. Em Kioto, no Japão, a relação das pessoas com a comida é completamente diferente da que se observa em Las Vegas, nos Estados Unidos. Portanto, não se pode propor o mesmo conceito em lugares distintos. Esse é um aspecto no qual a globalização ainda não teve grande influência. Num segundo momento, vou comer nos restaurantes locais. De posse do conjunto de informações cruzadas, vejo se posso contribuir, por meio da minha experiência pessoal aliada à tradição da culinária francesa. Ou seja, utilizar o método mais adequado para manter o sabor original dos produtos locais, enriquecendo-os com temperos e acompanhamentos atrativos.  


Veja – A culinária francesa ainda tem a ressonância de outrora? 

Ducasse – Ela é um clássico. Quem estuda arquitetura precisa conhecer o que os italianos fizeram em Florença, Veneza e Roma. Podemos não estar na melhor posição para vender computadores aos chineses, mas gastronomia ainda é conosco. Ninguém consegue subtrair o que a história nos legou. Os franceses codificaram, criaram hierarquia e acumularam conhecimentos profundos sobre o modo de preparar alimentos. A comida nos provoca grande curiosidade. Aprendemos a ser permeáveis sem deixar que a influência externa destrua nossas raízes. Nós nos inspiramos, não copiamos. Repare: os japoneses fazem uma espécie de ravióli cozido de um lado, que deixa o vapor sair do outro. Inicia-se o cozimento com água e óleo de gergelim em uma grande panela. Não acho o resultado interessante. Mas podemos nos apropriar da técnica para caramelizar os raviólis de cogumelos com recheio de presunto, uma iguaria. A atitude francesa em relação à culinária é um conhecimento indispensável para o bom cozinheiro.  


Veja – Qual é o papel de um grande chef na culinária moderna? 

Ducasse – Ele é como um maestro: dirige a cozinha e imprime o ritmo no salão. O chef é o centro em torno do qual gravita todo o funcionamento do restaurante. Seu, digamos, território mental deve estar expresso no conteúdo dos pratos. Se possível, com uma forma original e um perímetro de sabor bem definido. Ao criar uma culinária, é preciso ter a preocupação de perenizá-la. Receitas que buscam só efeitos são um sucesso apenas momentâneo.  


Veja – Muitos criticam a ausência dos cozinheiros famosos na cozinha dos seus restaurantes. O chef deve permanecer sempre junto ao fogão? 

Ducasse – Sim, como eu...  


Veja – Não é o que se diz...

Ducasse – Estou brincando. Pouco importa se o chef exerce sua culinária nas panelas ou na cabeça. O importante é criar intelectualmente e delegar a uma equipe bem formada e azeitada a execução das receitas. E, ao final, assumir a responsabilidade se o restaurante vai bem ou mal.  


Veja – Quem executa melhor suas receitas, o senhor ou seus cozinheiros?

Ducasse Franck Cerruti, meu cozinheiro-chefe no Louis XV, executa melhor do que eu.


Veja – Por quê? 

Ducasse – Porque é um trabalho de todos os dias no qual a repetição do gesto técnico leva à proximidade da perfeição – e Cerruti fica na cozinha do restaurante de manhã até a noite. Estou para fazer uma viagem de volta ao mundo, para visitar meus restaurantes. No entanto, quando chegar às cozinhas, vou dizer ao pessoal: "Eu não estou contente, vocês são ruins, faz-se melhor em outros lugares". Isso evita a rotina, desafia e estimula o espírito de competição – o que acaba por favorecer o cliente.


Veja – Na culinária, a criação em equipe é possível? 

Ducasse – Sim. Quando se confia na equipe, é imperativo escutar. Na formulação de um novo prato, nenhuma contribuição é desprezível, todas devem ser recolhidas. A síntese e a decisão final são individuais, do chef. Sou democrático, mas quem quiser trabalhar comigo tem de aderir aos doze princípios que formulamos em nosso livro vermelho.  

Veja – Quais são eles?

Ducasse – Pela ordem: paixão, prazer, compartilhamento, harmonia, performance, rigor, curiosidade, diversidade, excelência, respeito, audácia e memória.


Veja – A alta gastronomia deve ser necessariamente cara? 

Ducasse – Essa questão é levantada com menos freqüência em relação aos preços da alta-costura. Ora, o brilho da alta-costura serve como referência máxima da moda, ajuda a impulsionar o prêt–porter. E a tecnologia de ponta dos carros de F1 se presta ao desenvolvimento da indústria automobilística. A mesma coisa acontece com a alta gastronomia, que contribui para a culinária de modo geral. Ela só pode ser cara. Afinal de contas, é feita com conhecimento e técnicas apuradas, por profissionais altamente qualificados e com os melhores produtos. É proposta ao cliente acompanhada de objetos refinados e no contexto de ambientes raros. Como em qualquer outro campo, a excelência merece ser premiada.


Veja – Chega-se à supremacia culinária pela genialidade ou pela técnica? 

Ducasse – Eu não conheço gênio em culinária. O mais importante é o trabalho. A posse de conhecimento ultrapassa fronteiras, etnias e religiões. Leve o melhor enólogo para a China e dê-lhe condições para produzir um bom vinho. Se a natureza propiciar um mínimo de requisitos, nascerá um produto interessante. Evidentemente, ele não será nunca tão bom quanto um Bordeaux. Da mesma forma, um tomate é melhor se nascido às margens do Mediterrâneo. Isso não podemos modificar. Mas o saber é a melhor ferramenta para operar em ambientes restritos. Tenho grande apreço pela difusão do conhecimento. Por isso, fundamos a Alain Ducasse Formation. Neste ano, pela quinta vez, publicaremos um volume com mais de 1.100 páginas, com fotografias e receitas de todos os meus restaurantes pelo mundo. Não sou daqueles que acham que o saber gastronômico deve ser guardado como um tesouro no cofre.


Veja – O senhor já comeu feijoada? 

Ducasse – Sim, o grande prato nacional brasileiro. É o equivalente ao poule au pot na França, embora os ingredientes sejam mais parecidos com os do cassoulet 

Veja – O senhor aceitaria o desafio de aperfeiçoar o preparo da feijoada?

Ducasse – Nós poderíamos nos debruçar sobre o assunto. O caminho da evolução deve acompanhar os anseios dos consumidores. Nesse particular, imagino que os cozinheiros brasileiros talentosos já tentaram tornar a feijoada mais leve, uma tendência da sociedade moderna. Mas não sou favorável a que se interfira radicalmente em pratos tradicionais de grande consistência. Eles devem permanecer tais como são, na sua essência original. Esses pratos servem como referência coletiva e, por isso, devem ser preservados. Estudei muito a história docassoulet e, em nosso bistrô Benoit, preparamos o prato da maneira mais tradicional possível.  



Fonte: Revista Veja-Abril 2008

quarta-feira, 19 de março de 2014

Receita: Torta de areia

Olá pessoal :)



Esta é uma receita de família, é uma versão diferente de uma "torta de bolacha" e super fácil de fazer!

Vamos aos ingredientes:

-5 ovos (gemas separadas das claras)
-350 ml de doce de leite ( de preferência de qualidade)
-350 ml de  creme de leite pasteurizado (Nata)
-5 colheres de sopa de açúcar.

Modo de preparo:

1- Bater as claras com o açúcar até esbranquecer.

2-Acrescentar as gemas ao doce de leite e a nata.

3-Por último despejar lentamente o merengue e incorporar ele à mistura cuidando para que ele não perca o seu volume original.

4-Bater no processador (ou no liquidificador) as bolachas até que estejam trituradas por completo (como uma areia).

5- Alterne as camadas de creme e bolacha.


Observações: 

Você pode usar ao invés de bolacha Maria a bolacha Maizena que também fica boa!

Se você não tiver um processador ou liquidificador, você pode triturá-las colocando as bolachas em um pano, feche-o bem e bata com o sovador até que estejam bem trituradas.




terça-feira, 18 de março de 2014

Artigo: História do Cupcake

A história do Cupcake                            

Estes pequenos bolos tiveram origem no Reino Unido, onde são chamados até hoje de Fairy Cakes (bolo das fadas). Tradicionalmente era um bolinho de baunilha com cobertura de fondant, presente no clássico chá da tarde (chá das 5).

O termo Cupcake foi mencionado pela primeira vez no livro "Seventy-Five Receipts for Pastry, Cakes, and Sweetmeats" de Eliza Leslie em 1828.

O "The Oxford Encyclopedia of Foodand Drink in America" explica que o nome tem um duplo sentido, pois a receita do bolo é medida em cups (xícaras) e assada nelas. Isso foi revolucionário por causa do tempo que se demorava para assar os bolos e a facilidade em medir os ingredientes que originalmente eram pesados, claro não dispensando o tamanho das porções que também levava a praticidade.

Então em meados de 1900 esses bolos se tornaram populares devido a sua facilidade de cozimento.. 

Originalmente os sabores eram básicos, feitos para crianças. Hoje se encontram as mais diversas combinações de massas, recheios e coberturas, apresentações mais lúdicas e modernas.

O bolinho original não possui recheios, para adaptar ao gosto dos brasileiros o cupcake recebeu recheios deliciosos como trufados; geléias de morango, framboesa, pêssego, kiwi, damasco, maracujá, amora, nozes, castanha de caju, coco fresco ralado, cacau, cupuaçu, goiaba, graviola; creme de baunilha, doce de leite; ganache de limão, chocolate branco e preto, aromatizados com diversos licores e etc.


Hoje este bolinho é indispensável em eventos, aniversários coquetéis, festas de 15 anos e até em casamentos, onde eles são personalizados de acordo com o tema do evento.



quinta-feira, 13 de março de 2014

Artigo: Como servir bem sempre e com excelência.

Como servir bem sempre e com excelência!
Muito se fala da arte de preparar cardápio, da arte de cozinhar, da arte de servir com elegância etc. É como se todas as vertentes artísticas chegassem pelo serviço de valet, passassem pelo salão do restaurante e se infiltrassem na cozinha. Depois, expostas em bandejas, como peças sagradas de um museu, fossem oferecidas em forma de poesia pelos garçons, e recebidas com aplausos pelos clientes. A matéria-prima transformada em prato minuciosamente decorado. Saboroso. Requintado. Às vezes, simples, mas inesquecível. Um clássico, a arte do Chef!
É coisa de artista essa história de abrir e manter um estabelecimento de refeição fora do lar. É preciso ter muito jogo de cintura, sim! Tanto para aprender quanto para ensinar, porque, por mais que você já saiba, muita coisa ainda está por vir. Por mais preparado, sempre há o inusitado, o ato inédito de um colaborador ou o distinto cavalheiro, óbvio, reclamou a desatenção em voz alta...
Na sequência, vale lembrar o escândalo exclusivo de um cliente que disse ter encontrado um corpo estranho na sua comida, bem parecido com o próprio cabelo. E a garçonete malabarista que, se estivesse mais treinada, não teria derrubado um copo com suco em cima do cliente.
O que fazer nessas horas?
Parece brincadeira, mas não é. Arte é coisa séria. E cozinha também!!
Substituir alguém que já sabe a rotina da casa é desperdício na certa. De tempo e de saber. Essa gestão do conhecimento que se esvai pelo ralo da pia a cada bom colaborador trocado. É preciso evitar o “turnover” (rotatividade) de trabalhadores por falta de treinamento e/ou plano de carreira.
 A arte de administrar não é tão simples quanto parece em um primeiro momento. Para quem é apaixonado por gastronomia, abrir as portas de um estabelecimento é ótimo. Mas, toda comemoração tem o dia seguinte, o momento de organizar a casa, fazer um levantamento do que foi quebrado, perdido ou gasto a mais, ou até mesmo certo desperdício espalhado pelo chão e/ou jogado no lixo.
Existem restaurantes que cobram pelas sobras no prato deixadas pelo cliente... É um pequeno ato rumo à responsabilidade social.
O bom administrador contrata uma consultoria adequada, organiza um plano de negócios detalhado, reforma o estabelecimento por dentro (se necessário), moderniza o sistema de atendimento, treina os colaboradores e, é claro, troca o colaborador desmotivado (casos como esses não tem nada a ver com rotatividade, mas sim, com falta de vontade de trabalhar).
Durante sua gestão, ele controla os custos, orienta os contratados quanto à importância de não se desperdiçar matéria-prima, energia, tempo e conhecimento. Desperdício de conhecimento? Sim! Quando uma pessoa não utiliza o tempo disponível para aprender, está jogando fora um momento precioso de sua vida, onde ele poderia aprender mais e evoluir seus pensamentos, até mesmo com relação ao seu próprio trabalho.

O bom é que o empresário pode escolher a arte que quer apresentar ao cliente. Se seguir o manual do bom administrador, com certeza, será um vencedor do tempo e do mercado financeiro. Sobrevive, nesse mercado, quem se dedica ao planejamento do seu estabelecimento. Depende de como o empresário quer atuar e dirigir a sua equipe. E não esquecendo sempre de que o bom empresário deve ser o exemplo!